10 conhecimentos biblicos que não estão na Bíblia!!!

Dia desses, durante o almoço no refeitório da empresa, um rapaz a mesa, querendo fazer uma espécie de trocadilho com a vitória do Santos sobre o Corinthians na final do campeonato paulista de futebol deste ano, comentou, usando o símbolo do time, o “peixe”:

“ O Corinthians ficou como Jó: engolido pela baleia!” - e olhou para mim, como se eu fosse compactuar com a tentativa de comparação bíblica.

Enquanto metade do grupo não entendeu e nem tentou esboçar um sorriso, o restante fez cara feia – mesmo sem entender – já que eram corintianos e sabiam que aquilo só podia ser uma troça com a derrota do time do coração. Eu, por minha vez, fingi que estava distraído com meu bife e não ouvi. Além de não ligar para futebol o suficiente para sofrer se uma ou outra equipe perde ou ganha, o volume de bobagem dito em uma única frase deu nos nervos.

Como a desinformação pode, gradativamente, distorcer o dito pelo não dito? O rapaz em questão frequenta uma igreja batista, mas pelo jeito não tem prestado muita atenção nos cultos já que:

–Não foi Jó, e sim Jonas que foi engolido e;

-Não está escrito que foi uma baleia, e sim um grande peixe (mesmo por que baleia não é peixe, é mamífero).

Pensei em explicar isso na hora, mas o máximo que conseguiria seria que aquele indivíduo evitasse assuntos bíblicos na minha presença, já que ele só queria - fracassadamente – fazer um trocadilho engraçado. Talvez se eu largasse meu bife, pudesse explicar algumas coisas, e começaria minha chateação, além dos já explicados acima:


1º - Adão e Eva não comeram maçã alguma no Éden. A tal maçã – que nunca existiu – não tinha ligação com sexo (já que esse era ordenado a ser feito: Deus viu que era bom para o casal), mas era o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal (talvez “maçã” fosse um bom resumo). A proibição informava que a ingestão da mesma causaria a necessidade imediata de lidar com o delicado e humanamente impossível senso de justiça entre certo e errado que nos leva a bancarrota desde a queda.

2º - Deus não expulsou o casal primordial do paraíso por comerem do fruto, mas para evitar que chegassem ao estado eterno daquela condição de morte, ingerindo do fruto de outra árvore do Jardim, que dava vida eterna(seriamos zumbis).

3º - A tradução mais correta de Jardim do Éden seria POMAR do Éden.

4º - Não haviam três reis magos no presépio: os tais reis do oriente, que NÃO eram três (eles trouxeram TRÊS presentes) só apareceram na vida de Jesus quando ele já tinha dois anos.

5º - A tradução de algumas escrituras para os reis do Oriente, chamados por alguns de “reis magos” é “astrólogos”(tremam evangélicos, rsrsrs).

6º - Dalila não cortou os cabelos de Sansão. Ela mandou um empregado fazer para ela.

7º - Os bichos não entraram em pares na arca de NOÉ – e não a de Moisés, como ouço por aqui – e sim em grupos de sete, com divisões de puros e impuros.

8º - Não existe a palavra LÚCIFER na bíblia: ela resulta da tradução do latim um trecho das Escrituras no Profeta Isaías por Jerônimo, quando exilado pelo Papa em Jerusalém.

9º - Não existe a palavra TRINDADE em toda a bíblia.

10º - Não existe a palavra ARREBATAMENTO. Apesar de ser considerado por um grande número de protestantes, foi na verdade inventado em 1600 por Cotton Mather, famoso por ter assassinado a mulher por estrangulamento até a morte (por enforcamento) nos julgamentos de bruxas em Salem. O termo na Bíblia, geralmente confundido com a palavra "êxtase", na verdade vem do grego ἁρπάζω (harpazo), que na verdade significa "apanhados"ou "tirado" e se refere a uma única pessoa (Felipe).*

Extra - A tradução corretado hebraico do Salmo 23.1 - "O Senhor é eu pastor, nada me faltará" é "O Senhor é meu pastor, DE NADA SINTO FALTA".

Vou ficando por aqui. A essas alturas, você já deve ter dormido mesmo. Os companheiros da mesa teriam.
*1Tessalonicenses 4 - Bem lembrado, Wallace!

Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor.


A palavra "arrebatamento" não surge, assim como também há um evento precedente de proporções épicas: os mortos dos séculos e séculos ressurgem pela terra. Normalmente,  o arrebatamento é contado de forma repentina, inesperada. Com os mortos ressurretos ressurgindo, como não saber o que nos espera em seguida?

http://genizahvirtual.com

Como é grande o nosso Deus!!!

 

O esplendor de um Rei, vestido em majestade

Deixa toda a terra em regozijo

Toda a terra em regozijo

Ele envolve-se na Luz, e a escuridão tenta se esconder

E ela treme com a Sua voz

treme com a Sua voz

Como é grande o nosso Deus, cante comigo

Como é grande o nosso Deus, e todos verão

Como é grande, como é grande o nosso Deus

De tempo em tempo Ele se levanta

E o tempo está em Suas mãos

O primeiro e o último

O primeiro e o último

O Divino três em um

Pai, Espírito e Filho

O Leão e o Cordeiro

O Leão e o Cordeiro

Nome acima de todos os nomes

Digno de todo louvor

O Meu coração cantará

Como é grande o nosso Deus

Como é grande o nosso Deus, cante comigo

Como é grande o nosso Deus, e todos verão

Como é grande, como é grande o nosso Deus.

Amém!!!!

A sala de estar lilás – A teologia de Friends e a horizontealização da JOCUM

Bráulia Ribeiro

Comecei a escrever há algum tempo atrás, textos de teologia baseados na série televisiva Friends. Meu propósito era duplo: ter uma desculpa racional para continuar a assistir insaciavelmente a série, e comunicar na língua entendida pelo grupo de consumidores da cultura pop.

Não fui muito longe, me cansei da desculpa, assumi o meu desavergonhado vício pelo pop e parei de escrever. Mas lamentei a preguiça quando visitando uma livraria americana encontrei toda uma série de livros de filosofia baseada nas series de TV e nos filmes holywoodianos mais populares. Aqui tenho comigo o 30 ROCK and Philosophy: We want to go to there, que trata as piadas de Tina Fey com a seriedade de um livro de Michael Foucault. Tem a filosofia do House, do Mad Man, do Harry Potter, porque não a teologia de Friends?

Me permitam retomar a teologia de Friends para explicar em algumas linhas um milagre organizacional realizado recentemente na Jocum. Seis amigos vivem em Nova York. Moram próximos uns dos outros algumas vezes compartilham apartamentos. Se encontram quase todos os dias e dividem os detalhes de suas vidas uns com os outros. Não há hierarquia entre eles. Eles formam uma comunidade, fruto da desfuncionalidade da família pós-moderna. Entre eles nada além da graça. As confissões são esperadas e os erros também. Assim como os acertos. Excluídas todas as escapadas sexuais entre eles, o grupo de amigos acaba sendo uma espécie de epítome da igreja.

Como na igreja de Paulo, cada um tem um dom, uma contribuição. Eles não são iguais e nem acham que devem ser. Seu valor não é definido pelo que deveriam ser, mas pelo que são. Os amigos encontraram a benção de existir além de si mesmos. Eu existo nos amigos, na comunidade esdrúxula da graça.

O que impede a igreja de ser assim? Sugiro que muitos dos nossos problemas internos na igreja derivam da noção de Cristianismo hierarquizado. Interpretamos de maneira de vertical a diversidade de dons e ministérios da igreja. A "escada" da espiritualidade deve ser galgada pelos escolhidos. Esta escada torna pastores mais importantes que administradores e professores, profetas mais excelentes que pastores, e apóstolos praticamente semi-deuses. Quando esta hierarquia espiritual encontra terreno fértil na cultura então o dano é irreparável. A doença do clericalismo está enraizada na América Latina.

A espontâneidade dos dons espirituais é esmagada nesta estrutura hierárquica, junto com o conceito essencial ao cristianismo de valor inerente. Seu valor acaba se condicionando à posição que você ocupa na estrutura.

De uma forma nem tão Friends mas não tão clerical como na maioria das igrejas na Jocum se vive em comunidade se tenta viver pela graça e não pelas regras, se entende o corpo como um organismo e não uma instituição, e missões como um movimento humano e não como um empreendimento capitalista.

Conhecendo o braço internacional da missão, entendi porque o Loren é simplesmente o Loren e não o Pastor ou o Reverendo Loren. O Jimmy é Jimmy (até Dime pra uma grande parte não muito letrada da Jocum...)

Em 2002 Deus levou a equipe de liderança a se arrepender pela estrutura que tinham estabelecido. Os títulos e organogramas induziam pessoas ao erro, e mantinham a noção de hierarquia vertical. Tentaram mudar por alguns anos, redefinindo títulos e atribuindo menos responsabilidade aos cargos, mas depois de muito se discutir, orar e tentar encontrar uma forma estrutural que representasse o que a missão é ao redor do mundo, a liderança internacional concluiu o óbvio: Impossível organizar o inorganizável ou hierarquizar a grama. Grama é grama, corpo é corpo, membros pertencem um ao outro. Não existe um organograma que nos convença da importância de se amputar a perna saudável, e mesmo a doente se um dia for cortada vai deixar falta, vai doer como se tivesse lá.

Aos 50 anos Jocum se horizontalizou. Acabaram-se os cargos na maior organização missionária do mundo. Não existe mais presidente, chairman diretor internacional ou nacional, coordenador acima da liderança dos centros locais. Cada país vai encontrar uma forma de diálogo entre os centros missionários e internacionalmente vamos nos reunir num fórum. Amigos, acadêmicos, administradores, visionários, vamos nos servir com nossos dons sem aspirações hierárquicas e posturas clericais. Se alguém for ouvido é porque tem alguma coisa a dizer não porque carrega uma listra no ombro.

Se vamos continuar existindo com sucesso só o tempo dirá. No momento acho que nos basta saber que estamos perto do modelo que Deus planejou para sua igreja. Friends, unidos pela graça. Como na sala lilás da Mônica, estaremos no lugar onde ninguém está sozinho.

Braulia Ribeiro é colaboradora do Genizah

fonte: http://www.genizahvirtual.com